16.8.06

superbacana (requiem por Fidel)

um batalhão de cóbois atrás de um carro de bois
cortam as sebes do palácio de Havana
casacos verdes e já ninguém se engana
ninguém se engana

uma mão cheia de aviões e tipos das televisões
atrás deles para fazerem a cama
barbas compridas e charutos de Havana
ninguém se engana

um petroleiro do sul ave rara bandeira azul
petiz birrento sem paciência para a ama
um hospital feito de açucar de cana
ninguém se engana

altruísmos
comodismos
comunismos
fidelismos

um autocarro turístico e um país de risco
em calções olhando sobre Havana
todos os escritores foram de cana
ninguém se engana

papas
presidentes
tiradentes
inocentes
(sim?)

uma história sem fim e não sobrou nada para ti
agora que te vês deitado na cama
e há quem dance já sobre a tua chama
apagada chama
ninguém se engana
outra vez.

2 Comments:

Blogger Cristina Leimart said...

Caro colega de blog

Eu gostava de ter mais ouvido para a poesia; tenho pouco, conheço pouco. E fico radiante quando oiço/leio uma coisa assim, que me soa, que traz uma música que me balança.
Pronto, é isso.
CL

2:52 da tarde  
Blogger Luis F. Cristóvão said...

obrigado, colega, obrigado mesmo

;)

4:22 da tarde  

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