12.8.06

Sal

Era do livro do xavier queipo ou da barba dele
lugar onde eu vi um dia nascer um cachalote
e sair uma voz forte de marinheiro que grita
não sei bem se às ondas, não sei bem se aos homens.
Era do livro do xavier queipo ou do passo balanceado
dos seus pés sobre os limos e sobre as cabeças de sardinha,
enquanto no mapa dos controladores de navegação
um pontinho, que é um barco, circumnavega a nossa noite.
Era seguramente do livro do xavier, um livro que ainda não li,
o cheiro de sal a entranhar-se nas minhas mãos tão sujas
o pequeno comércio azul do peixe quando chega à lota
e o adormecer maravilhado pelo peso das lendas do mar.