Livros
Sentou-se no sofá depois de ter vestido o pijama. Estava finalmente confortável, depois de um dia inteiro em correrias entre corredores e escritórios, almoço com o representante comercial de uma empresa parceira, telefonemas do país inteiro, leituras enviesadas de entrevistas nos jornais. Sentou-se no sofá, com as pernas cruzadas, e olhou, deliciado, para a mesa cheia de livros. Era a sua secreta e doce mania, comprar livros. Todas as semanas passava por uma livraria e comprava. Guardava-os em cima da mesa da sala, espécie de troféu de caça ou cartas de amor enviadas pela janela. Sentou-se no sofá, com as pernas cruzadas, e começou a mexer-lhes, sentir-lhes o peso, admirar-lhes as capas. Ali estava ele, com tanto para ler, sem saber bem por onde começar. Não que isso fosse um problema- o gozo estava no facto de ter livros, de os possuir, de os poder amar com todo o tempo que a noite lhe prometia. Sentou-se no sofá e começou a folhear, a entregar os dedos a esse prazer, esse prazer minúsculo e imenso, de ler com o corpo inteiro.
Como o entendo...
Jekyll & Hide... prazeres secretos ou uma nova idade média em que o humano tem que viver na obscuridade.
Também eu o entendo muito bem!
E aqui que reside a magia do livo: no tocar,cheirar, folhear, apreciar a capa como se de uma obra-de-arte se tratasse.Também eu entendo! Et comment!