Subitamente entendo o aquém de mim.
Ou pouco a pouco se desvenda
até ao relâmpago que tudo diz.
Já não possuo certezas,
fraquejo ante a força da visão.
Sou uma parte de mim e outra não.
Ou pouco a pouco se desvenda
até ao relâmpago que tudo diz.
Já não possuo certezas,
fraquejo ante a força da visão.
Sou uma parte de mim e outra não.
Gostei imenso desta Luz de esperança que nos pode levar à descoberta da nossa Verdade.
A chuva caiu farta, alagou a terra e deixou-me este sabor a húmido. Esta vontade de sol. O ar ficou cheio e eu não gosto do Inverno, dos dias curtos. Sinto a nostalgia do sol, do calor, das tardes infinitas, dos crepúsculos avermelhados. Sinto.
Sigo ainda o ritmo dos meus avôs, guio-me pelas estações, pela chuva, pelo vento, pelos dias grandes ou pequenos. Conheço as regras da água, o apelo da terra. Em mim, uma família inteira deixou uma herança. Tão grande que me foge das mãos, que me pede um caminho. Não sei qual. Não sei. E vejo que definham perante os meus olhos. Estão velhos e cansados os braços que me embalaram. Sinto que lhes pesa o tempo nos ombros, enquanto guardo no coração a infância. E temo. E sinto o avanço dos dias.
Cara marquesa,
Gosto muito do que escreve. A continuar assim, ainda corre o risco de lhe pedirmos para integrar o grupo de autores deste prazeres... :)
Marquesa, escreves mesmo bem. Adorava fazer um blogue contigo.
É curiosa a visão, neste caso, das certezas como património perdido, em vez de objecto de busca. Estranheza porquanto o que as costuma destruir é o «além de Si», não uma revelação para cá da personalidade.
Ab.
Também gostei muito do texto da marquesa. Muito bom.