22.2.06

As ovelhas são jamais verdadeiramente brancas,
há demasiada impureza sobrevoando as janelas
lá fora ou aqui dentro são o mesmo escuro.
Imutável, indizível, invivível é este dia
que já nem as angústias atravessam.

Se pudesse a casa descansar por um instante
ou uma luz me sentisse, e eu a ela.

13 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Prazeres escritos, lidos, e semi-escondidos. É bom ver a vossa escrita assim, fluida. C
omo disse uma senhora de preto, sentada ao pé de uma praia invernosa, para a outra que a ouvia, e não esperava a sua vontade de falar, "cada vez temos menos tempo para não pensar". Fora com os formatos! Embora os A5 dêem feito de vez em quando, porque quase cabem na palma de uma mão.

10:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Desde que tenham capa dura, os cadernos que cabem na palma de uma mão são os melhores. Mas prefiro, apesar de tudo, o écrãn branco do computador. Assim, não me envergonho com a caligrafia redonda, sem estilo, nem classe.

E concordo. Estes prazeres escritos têm um sabor único. Só não sei que tempo foi esse em que não se pensava. Só sei de um tempo em que as mulheres vestiam de escuro.

10:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Controlo a voz, o sorriso, o enlace,
económico, frio, sem sabor.
Doseio a alma, empurro a chama,
para dentro,
para o fundo.
Desapareço.

10:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Coitadas das ovelhas! Que associação pesada a um animal tão simpático.

12:01 da tarde  
Blogger João Villalobos said...

Luis v. e marquesa
Obrigado pelos simpáticos elogios.

Sofia,
Não se deixe contaminar pelo tom dos meus poemas. Então, então? :)

estrela,
Já fui perseguido por uma ovelha. Não são uns bichos tão simpáticos como se pensa...

1:01 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os tons são múltiplos, como as ovelhas e os poemas.
Olá João!

2:05 da tarde  
Blogger L. Rodrigues said...

Perseguido por uma ovelha... ao que este mundo chegou...

2:35 da tarde  
Blogger João Villalobos said...

Goza, goza. Ela corria que se fartava e pesava bem uns 200 Kgs. Gostava de te ver a ficar parado no mesmo sítio, armado em forcado perante uma ovelha furiosa...

2:37 da tarde  
Blogger Ricardo António Alves said...

Eu já fui posto em sentido por um bode cioso dumas quantas cabras. :|

7:27 da tarde  
Blogger João Villalobos said...

Hmmmm...sem comentários ;)

7:45 da tarde  
Blogger Maria Carvalhosa said...

A contenção, a economia nas palavras escolhidas, em constraste com a imagética que a elas se associa, colocam a tua poesia num local ímpar. Reconheceria os teus poemas no meio de centenas de outros, de outros autores.
Bjs.

10:08 da tarde  
Blogger João Villalobos said...

Oh, Maria! Que elogio imenso! Que Deus dê muitos filhos aos teus bons sentimentos :)

12:15 da manhã  
Blogger Maria Carvalhosa said...

O teu excesso de modéstia não te deixa levares-me a sério. Bem que podias! É tudo verdade.
Bjs.

3:15 da manhã  

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