Santa Apolónia
O homem esqueceu o nome que lhe davam.
A noite esburaca-lhe o coração,
ouve a cidade crescer
virarem-se no sono as carcaças dos automóveis.
Sobre ele as estrelas, mas de que servem?
Por momentos quase recorda o canto das cigarras,
como quando tinha nome e um telefone.
O homem segura o casaco como um lençol
e conhece de cor o horário dos comboios,
o frio semeado sob a pele.
Depois, mais perto,
passos céleres como lagartixas
e sirenes cintilantes.
A noite esburaca-lhe o coração,
ouve a cidade crescer
virarem-se no sono as carcaças dos automóveis.
Sobre ele as estrelas, mas de que servem?
Por momentos quase recorda o canto das cigarras,
como quando tinha nome e um telefone.
O homem segura o casaco como um lençol
e conhece de cor o horário dos comboios,
o frio semeado sob a pele.
Depois, mais perto,
passos céleres como lagartixas
e sirenes cintilantes.
Ainda bem que esqueçeu o nome que lhe davam...
Gostei
Vou passar mais vezes por aqui
«Carcaça» é, obviamente, com «ç». Antes de cometer versinhos fofinhos, convinha saber o português propriamente dito. Não desfazendo.
Ah, ah! Pois é. Obrigado pelo toque :)
Gostei dos «versinhos fofinhos».
Ó anonymous, francamente! Lapsos toda a gente faz. E quanto aos "versos fofinhos", deixe-me que lhe diga que é uma definição muito primária para a profundidade do que ele escreve. Mas também você não é obrigado a ler, se não gosta.
Boa, Estrela! Ainda por cima nem tem a coragem de assinar a mensagem. Que cobardia!
Cara estrela.
Este blogue tem pretensões literárias e, por isso, está aberto a todas as críticas de cariz literário.
Obrigado pela defeza mas, tirando o facto de ter sido feito sob anonimato, o comentário foi relevante e útil. Bjs
E ele a dar-lhe! «Defesa» é com «s», rapaz!
Nada de clemência!! :).
Para o lago com um peso amarrado aos pés!!
Quanto ao poema, deixou-me a paradoxal sensação de o achar, hmm... refrescante.
(No sentido em que é um desvio à temática romântica normalmente dominante).
É um poème noir... Também gostei :|