Put your lips like this
Era uma vez uma mulher nua que se sentou para almoçar numa pastelaria amarela e morreu com um bocado de robalo assado a sair-lhe da boca
- o robalo engasgado nela
e o irmão dela que se sentou para comer também nesta pastelaria amarela da Fontes Pereira de Melo em Lisboa, vestido, perto do metro, viu-lhe o robalo estático a puxar-se para sair, e a mulher a asfixiar-lhe os movimentos com uma ginástica inesquecível de gargantas:tudo enquanto
(...) a imagem da verificação analítica da estrurura da linguagem Saussuriana, a imagem da verificação de dados analíticos que (...) me dizem tão pouco ...
e eu aqui na biblioteca a pensar na mulher com o robalo na boca, a pensar em si; a pensar que quer0 que me peça em casamento com um anel de diamantes
- os dois ajoelhados aos meus pés a convidarem-me à eternidade: os dois
a pensar que quando chegar o seu aniversário vou ter consigo ao seu emprego, vou usar os sapatos cor-de-rosa de princesa, vou arranjar o cabelo e fazer as unhas; vou pôr-me bonita à sua espera na entrada, de geribéria vermelha em riste
- ficas bonita de qualquer forma
e não me minta porque eu fico mais bonita assim de vestido preto decotado, de saltos altos de génio, direitinha, elegantezinha de barriguinha para dentro
- eu nunca tive barriga; não me diga que eu tenho barriga
ou tenho mas prefiro acreditar que não.
a verdade é que eu gosto mesmo quando você me mente a sorrir e me traz a esta pastelaria amarela esquecida, onde um dia uma mulher nua morreu com um bocado de robalo na boca.
- o robalo engasgado nela
e o irmão dela que se sentou para comer também nesta pastelaria amarela da Fontes Pereira de Melo em Lisboa, vestido, perto do metro, viu-lhe o robalo estático a puxar-se para sair, e a mulher a asfixiar-lhe os movimentos com uma ginástica inesquecível de gargantas:tudo enquanto
(...) a imagem da verificação analítica da estrurura da linguagem Saussuriana, a imagem da verificação de dados analíticos que (...) me dizem tão pouco ...
e eu aqui na biblioteca a pensar na mulher com o robalo na boca, a pensar em si; a pensar que quer0 que me peça em casamento com um anel de diamantes
- os dois ajoelhados aos meus pés a convidarem-me à eternidade: os dois
a pensar que quando chegar o seu aniversário vou ter consigo ao seu emprego, vou usar os sapatos cor-de-rosa de princesa, vou arranjar o cabelo e fazer as unhas; vou pôr-me bonita à sua espera na entrada, de geribéria vermelha em riste
- ficas bonita de qualquer forma
e não me minta porque eu fico mais bonita assim de vestido preto decotado, de saltos altos de génio, direitinha, elegantezinha de barriguinha para dentro
- eu nunca tive barriga; não me diga que eu tenho barriga
ou tenho mas prefiro acreditar que não.
a verdade é que eu gosto mesmo quando você me mente a sorrir e me traz a esta pastelaria amarela esquecida, onde um dia uma mulher nua morreu com um bocado de robalo na boca.
se a menina não fosse casada, apaixonava-me por si.
ah ah ah ah ah
;)
Realmente, a visão de uma mulher nua numa pastelaria com um robalo entalado na garganta deve ser uma recordação algo marcante. O melhor é ele dar-lhe o anel de noivado, para esquecer o trauma.
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Gostei muito do texto Inês.
Só apaguei os comentários acima porque eram repetição do anterior. 1 beijo
Peço desculpa pela azelhice informática. Sabe Deus porquê, a minha mensagem apareceu multiplicada por 6.
oh luís, e não se pode apaixonar por uma mulher casasa? taditas...
Não é poesia popular.
Custa-me crer que um ser humano tenha escrito as primeiras nove linhas... parabéns. Tb me custa acreditar que tenha sido a mesma pessoa a escrever as seguintes... (Gostaria de saber se or pequenos erros ortográficos são deslizes ou fazem parte integrante e consciente do texto.
Que prosa sensacional! Vou estar atento!...
E o robalo esperneava? Ela engoliu-o? Estou a lembrar-me de uma mais gira... aquela do robalo que comeu um homem nu! (Azul)
caro Miguelito:
Confidencio-lhe que não releio textos.. (um erro consequente de uma falta de tempo aguda que me vem dos rins).
Assumo que gosto do poder da desconstrução.
Assumo que faço alergia a estruturas sintácticas sólidas, que sou viciada em trocas de referentes e que aplaudo o aparecimento de vírgulas mercenárias que saibam aparecer bem no meio das frases.
Achei simpático o seu comment.
p.s- Colegas de blog : é um prazer fazer uma parceria convosco
que se lixe o casamento -
tome lá um beijo daqueles!!
;)
cara inês leitão:
foi com bastante interesse que li o seu (delicioso) comment ao meu comment. segui a torrente de confidências, tomadas de posição, vícios, aplausos e simpatia com enorme prazer. e,quando pensava que o seu comment era claro e límpido, no fim, uma palavra deixou-me intrigado: parceria! espero que isso lhe passe com o tempo.
bom, estou interdito... um dia hei-de fotografar uma mulher nua com um robalo assado na bola... com a devida vénia... ou então sapatos cor-de-rosa... ou anel de diamantes... estou interdito e digo disparates...
só os disparates merecem ser ditos...
Que saudade da minha Bissapa :)