certas coisas pertencem aos livros de poesia
certas coisas pertencem aos livros de poesia.
a lâmina com que cortei a face esta manhã,
o álcool com que a estanquei, a tua voz perdida
na minha cabeça e em toda a parte,
a minha camisa suja caída no chão do quarto,
o cheiro a sexo impregnado nas minhas mãos,
listas e listas de compras de uma casa desordenada,
um telefonema em que se fala das coisas mais banais,
uma série de livros amontoados sobre a mesa da cozinha,
os teus iogurtes preferidos no frigorífico,
a tua mão que agora não vive em mim,
apertar a garganta antes de adormecer.
certas coisas pertencem aos livros de poesia.
a lâmina com que cortei a face esta manhã,
o álcool com que a estanquei, a tua voz perdida
na minha cabeça e em toda a parte,
a minha camisa suja caída no chão do quarto,
o cheiro a sexo impregnado nas minhas mãos,
listas e listas de compras de uma casa desordenada,
um telefonema em que se fala das coisas mais banais,
uma série de livros amontoados sobre a mesa da cozinha,
os teus iogurtes preferidos no frigorífico,
a tua mão que agora não vive em mim,
apertar a garganta antes de adormecer.
certas coisas pertencem aos livros de poesia.
e tu pertences a que? a quem?
"..ñ sou.. de ninguééémmmmm......"
pertences aos teus sonhos..dessecados por lâminas de barbear.., e outras coisas que mais...
e álcoois derramados,
e prazos de ultrapassagem de iogurtes,
tactos de corpos consistentes
que se desfazem em in-agarráveis..
e tu blota?
a quem pertences? quem és tu?
:)
De como o (in)poético é poesia...
perguntas bem Filipe
por mais q pense q sou isto ou aquilo, de facto ñ sou nada disso..
sou a imensa brisa que passa através desta existência e q. ...
..desta vez..
qual uma aragem através da flauta
faz alguns "sons"..(figurativo)
umas vezes harmoniosos,
outras, ..tremendamente ruidosos,
e na maioria.. apenas sons..
pertenço-te, pertenço-vos..
a tudo, a todos..
.. gosto do q escreves.., Saravá..
Filipe...
só me chamam Filipe em casa.
tocas à porta?
Se usei de intimidade indesejada
ñ foi intencional
lamento
porta?
há tantas portas..
abertas, escancaradas,
fechadas, cerradas..
que porta?
da poesia?
cultura?
sabedoria?
gosto da porta da partilha?
e gosto da do silêncio!!
nenhuma intimidade
menos ainda indesejada
assinalei a curiosidade de em três nomes, escolheres o mais caseiro.
quanto a portas, é adivinhar a certa...
beijo
de portas entreabertas,
espreita-se..
aqui e ali
prescutando
o q há por lá
que giro!!
toc toc toc
:) abraço
recebido
;)
blota:
trata-se de uma jovem (vinte e picos, devido aos erros ortográficos) de classe média, morena, de grande potencial mental e residente nos subúrbios de lisboa. é ambiciosa e trabalhadora, embora só trabalhe kuando lhe dê na gana.
um espírito livre e indomável, sempre disposta a inovar.
visita muitas vezes este blog, às vezes tb participa nele (daí a intimidade).
um bom dia para todos.
Terrível é, pertencermos a quem não nos quer. Cecília Meireles disse-o bem demais:
NINGUÉM VENHA ME DAR VIDA
Ninguém venha me dar vida,
que estou morrendo de amor,
que estou feliz de morrer,
que não tenho mal nem dor,
que estou de sonho ferida,
que não me quero curar,
que estou deixando de ser
e não me quero encontrar,
que estou dentro de um navio
que sei que vai naufragar,
já não falo e ainda sorrio,
porque está perto de mim
o dono verde do mar
que busquei desde o começo,
e estava apenas no fim.
Corações por que chorais?
Preparai meu arremesso
para as algas e corais.
Fim ditoso, hora feliz:
guardai meu amor sem preço
que só quis a quem não quis.
PS - O teu poema está excelente, diria mesmo perspassado de uma melancolia trágica. Sou cliente. :)
Caro Luís Filipe Cristóvão,
gostei muito - continue a escrever!