30.12.06

adeus 2006

e depois ele ficava encantado a olhar para as fotografias pixelizadas
que lhe enviavam os amigos por email de madrugada.

e depois ele abria a janela da sala e sentia-se capaz de gritar,
a plenos pulmões, um nome de uma das vizinhas do prédio.

e depois ele saía de casa quando era ainda muito cedo
e chegava quando já era demasiado tarde.

e depois ele escrevia poemas sem qualquer razão aparente
a não ser essa necessidade de dizer as coisas sem razão.

e depois ele sorria
e apagava a luz.