O pão
Chegou-se à porta da igreja devagar, os olhos grandes, a querer comer o mundo, e ficou ali parado a olhar para nada. Só a olhar. O padre bem viu a fome na cara escavada, nas curvas dos ossos a quererem saltar da pele. Doeu-lhe aquela fome toda a devorar um corpo tão franzino.
Quando lhe estendeu o pão, o miúdo pegou nele com ambas as mãos em sinal de respeito, olhou-o em silêncio e afastou-se para junto dos amigos, no terreiro enlameado. Depois partiu o pão em pedaços e distribuiu-os, sem algazarra. Então, porque a solidão de uma vida se abatesse de repente sobre ele, ou talvez porque a sombra de um nuvem tinha acabado de pousar sobre a aldeia, o padre entrou na igreja vazia àquela hora, sentou-se num dos bancos de madeira, e chorou.
Quando lhe estendeu o pão, o miúdo pegou nele com ambas as mãos em sinal de respeito, olhou-o em silêncio e afastou-se para junto dos amigos, no terreiro enlameado. Depois partiu o pão em pedaços e distribuiu-os, sem algazarra. Então, porque a solidão de uma vida se abatesse de repente sobre ele, ou talvez porque a sombra de um nuvem tinha acabado de pousar sobre a aldeia, o padre entrou na igreja vazia àquela hora, sentou-se num dos bancos de madeira, e chorou.
A actualidade das palavras,são como setas.Excelente texto.
Cumprimentos
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