Signs
- olha-me nua em cima da cama tua: sou a Pítia de Delfos bebêda, a boca pela qual Apolo se revela, a boca que se rasga sempre que o deus me viola na mostra do futuro a mortais sedentos de segurança no porvir
(…) confessar que faz toda a diferença o facto de haveres decidido morrer assim, haveres escolhido a porta da sala, o lençol, o descuido da limpeza do espaço em que viveste nos últimos três dias.
Ele deixou-te quando ainda lhe sentias a falta, a tua resposta resoluta aniquilou-nos a todos fazendo os meus dois olhos brilharem em lágrimas de orgulho por ter sido essa a causa do teu suícidio:
amor, encontrado morto na sala por enforcamento.
- olha-me nua, a Pítia de Delfos, a boca pela qual Apolo se revela, a boca que se rasga sempre que o deus me viola para mostrar futuros a mortais sedentos de segurança no porvir
o amor que se torna justificação de fins e meios, o amor pelo qual se
come, se anda, se fode
nas horas dos dias que se seguem seguintes, nas horas
amor, essa essência insana da existência humana cravada em nós desde a hora da concepção imaculada do milagre da vida
-tens toda a razão, amado morto; a existência sem amor perde a funcionalidade e deixa de ter sentido
- eu nua sou a Pítia de Delfos, a Pítia da boca rasgada pela voz do deus que em mim dá aos mortais tudo o que lhe pedem
olha para mim rasgada a apontar uma louca consequência fisiológica da tua morte:
todo o enforcado ejacula em post-mortem e tu vieste-te milésimos antes do suspiro final.
Tu, um morto masturbado, um morto masturbado em lágrimas e sémen a escrever no corpo uma vingança de amor debaixo de um solitário prazer invejoso que tiveste sozinho na hora última do teu corpo
- olha-me nua, assim, sou a Pítia violada e sacrificada pelos hexâmetros que os mortais me exigem da boca ensanguentada
eu, nua, sou a Pítia de Delfos de saltos altos num parapeito dum 70º andar a falar de amor aos homens.
(…) confessar que faz toda a diferença o facto de haveres decidido morrer assim, haveres escolhido a porta da sala, o lençol, o descuido da limpeza do espaço em que viveste nos últimos três dias.
Ele deixou-te quando ainda lhe sentias a falta, a tua resposta resoluta aniquilou-nos a todos fazendo os meus dois olhos brilharem em lágrimas de orgulho por ter sido essa a causa do teu suícidio:
amor, encontrado morto na sala por enforcamento.
- olha-me nua, a Pítia de Delfos, a boca pela qual Apolo se revela, a boca que se rasga sempre que o deus me viola para mostrar futuros a mortais sedentos de segurança no porvir
o amor que se torna justificação de fins e meios, o amor pelo qual se
come, se anda, se fode
nas horas dos dias que se seguem seguintes, nas horas
amor, essa essência insana da existência humana cravada em nós desde a hora da concepção imaculada do milagre da vida
-tens toda a razão, amado morto; a existência sem amor perde a funcionalidade e deixa de ter sentido
- eu nua sou a Pítia de Delfos, a Pítia da boca rasgada pela voz do deus que em mim dá aos mortais tudo o que lhe pedem
olha para mim rasgada a apontar uma louca consequência fisiológica da tua morte:
todo o enforcado ejacula em post-mortem e tu vieste-te milésimos antes do suspiro final.
Tu, um morto masturbado, um morto masturbado em lágrimas e sémen a escrever no corpo uma vingança de amor debaixo de um solitário prazer invejoso que tiveste sozinho na hora última do teu corpo
- olha-me nua, assim, sou a Pítia violada e sacrificada pelos hexâmetros que os mortais me exigem da boca ensanguentada
eu, nua, sou a Pítia de Delfos de saltos altos num parapeito dum 70º andar a falar de amor aos homens.
kuarentom: pareces um hacker. já devias ter juizo.
inezita: tanta, tanta, tanta, tanta, tanta potencialidade. relê os textos.
Para quem não sabe esta jovem mulher para além de escrever coisas destas pensa matar o presidente da junta de freguesia de Mira-sintra com veneno de ratos.
(continuo a ler o que inventas com a dedicação que já conheces...sinto falta dos TEUS saltos altos, do TEU sorriso, e sobretudo de te ouvir falar de Moçambique)
T-man