Silogismos não, se faz favor
1.
Não é possível coleccionar cerejas. Elas definham, encarquilham
e ambas as palavras são feias de se ouvir, convenhamos.
2.
As cerejas são como beijos.
3.
Não deveria pois ser possível coleccionar beijos. Ou guardá-los para sempre. Mas há quem faça uma coisa e outra. Quem nunca se arrependa.
Não é possível coleccionar cerejas. Elas definham, encarquilham
e ambas as palavras são feias de se ouvir, convenhamos.
2.
As cerejas são como beijos.
3.
Não deveria pois ser possível coleccionar beijos. Ou guardá-los para sempre. Mas há quem faça uma coisa e outra. Quem nunca se arrependa.
Beijos e cerejas. Beijos com cerejas. Shlep!
Tenho de protestar. Para além do raciocínio silogístico não permitir termos com conjugação no condicional temos que:
a) Onde está a prova de que os beijos são como as cerejas? Não será ceder às aparências, se eles vierem carregados de baton? Ou estaremos perante uma analogia com as conversas, cuja comparabilidade advém de "umas puxarem as outras".
b)Seja, como for, por muito que agrade um alimento, é melindroso comparar-lhe, apenas pelo fugaz prazer que ambos proporcionam, um beijo. Sabes o destino que condiciona os bens ingeridos; queres condenar ao mesmo fado os momentos osculados?
Não, não e não!
Pede-se um poema ou um texto literário. Reflexão filosófica desta até me pode transformar num desiludido.
Abraço.
Quanto a coleccionar beijos, tenho uns para a troca.
Contundente que foi a crítica do Paulo, registo. Não mais escreverei híbridos pretextos para escapar à literatura. Mea culpa. :)
este texto é muito bom João
Obrigado Vítor :)