8.5.06

Poema que nem parece meu, para ser lido numa língua morta

O barqueiro não aceita moeda nova
e nós delapidámos o ouro.
Atravessamos a nado,
mãos e pernas abertas ao estilo dos batráquios:
Croach, croach,
queixumes lançados para a invisível margem.

Já nem merecemos o desprezo dos deuses.
Já não sabemos perder a razão.

Na parede da caverna, em sessão contínua,
projecta-se a entrada dos operários na fábrica.
Repõe-se para sempre a verdade histórica.

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ena, ena! Bem diferente, de facto.É surpreendente, mas giro.

1:25 da tarde  
Blogger Ricardo António Alves said...

Os operários nas fábricas tornam-se aparências de homens...
Já agora, vai lá ver o meu, um bocado amarelo do tempo.

6:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Que trisste...e o sonho?

9:06 da tarde  
Blogger manu said...

só achei o título um pouco longo...

11:06 da tarde  
Blogger L. Rodrigues said...

Eu não li. Obedecendo às ordens do autor. Talvez indo ao dentista, possa pedir uma injecção na lingua.
Não ficaria morta, mas certamente inanimada.

9:01 da tarde  
Blogger Paulo Cunha Porto said...

Sempre gostava de saber como é que um verso tão optimista como
«Já não merecemos o desprezo dos deuses.» cabe num poema tão lúcido.

É uma caverna mais enganadora do que a de Platão.
Abraço.

6:57 da manhã  
Blogger João Villalobos said...

Caro Paulo,
Tens razão. O verso deveria ser «Já nem merecemos o desprezo dos deuses». Vou corrigir.
Abraço

10:00 da manhã  
Blogger Paulo Cunha Porto said...

Ah! Assim sim!
Ab.

10:34 da manhã  

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