borboletas
acordar e, nos meus olhos, borboletas nos teus cabelos - pode ser do escuro, da música, da conversa - borboletas, presas, e o teu pescoço - branco branco branco - que eu estudo com o vagar das batidas dos dedos no tampo de madeira enquanto com a outra mão pego num copo que se vai esvaziando na medida em que todo em volta fica ainda mais quente.
acordar e, nos meus olhos, borboletas que falam - os teus cabelos - e também uns quantos homens de barbas a subir e a descer ruas, a música na rádio, os teus olhos de encontro aos meus, os meus olhos que fogem à procura de respirar, o teu pescoço - branco luz branco - que eu trago em sonhos que não posso confessar a mais ninguém que me perceba.
acordar e, nos meus olhos, borboletas que sorriem - como sóis, quentes e naturais - amanhã de manhã qualquer coisa de igual, o dia à espera de um sinal, a tua voz no gravador de chamadas, os teus dedos a enrolar papéis, o teu pescoço - luz branco luz - e eu a perceber que mesmo as asas mais pequenas são capazes de te levar para muito longe de mim.
[este texto foi originalmente publicado no blogue mil nove sete nove, abrindo eu a excepção de o publicar aqui também por sugestão do João.]
acordar e, nos meus olhos, borboletas que falam - os teus cabelos - e também uns quantos homens de barbas a subir e a descer ruas, a música na rádio, os teus olhos de encontro aos meus, os meus olhos que fogem à procura de respirar, o teu pescoço - branco luz branco - que eu trago em sonhos que não posso confessar a mais ninguém que me perceba.
acordar e, nos meus olhos, borboletas que sorriem - como sóis, quentes e naturais - amanhã de manhã qualquer coisa de igual, o dia à espera de um sinal, a tua voz no gravador de chamadas, os teus dedos a enrolar papéis, o teu pescoço - luz branco luz - e eu a perceber que mesmo as asas mais pequenas são capazes de te levar para muito longe de mim.
[este texto foi originalmente publicado no blogue mil nove sete nove, abrindo eu a excepção de o publicar aqui também por sugestão do João.]
essas e outras borboletas, imaginadas, que talvez não tenham nada a ver com a primavera, ou talvez sim, vá-se lá saber.
:)
Muito bonito. Sente-se.
sm
Gostei imenso. Luminoso, fresco e sensorial.
gostei da palavra "branco", só ke a palavra branco não se repete seis vezes!
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
quando a literatura for uma aula de linguística, eu desisto.
enquanto for qualquer coisa que rebenta constantemente dentro da minha cabeça, sou resistência armada.
branco branco branco branco branco branco
Eu diria mais...Branco Branco Branco Branco Branco Branco....Que a Literatura tenha asas de borboleta para voar por cima da linguística.....Muito bonito mesmo!!!
"Quelqu'un a grommelé que je cassais l'ambiance."?
A linguística deverá ser para a poesia o que um afinador de pianos é para um concerto de Brahms.Dar-lhe-á algum rigor, mas não lhe dá a alma! Branco e luz e luz e branco!E mais não digo.Bjos.
o ke interessa é ir provocando os tipos da marrafa ao meio.