Rosebud, Cap. IV
«Tens toda a razão» comentou ele, treinador de uma equipa ignorada da terceira divisão regional, quando elevei a voz e lembrei os últimos nomes que recordo: Damas, José Henriques...esses eram os tempos...quando não se falava de dinheiro, de quanto ganhava este e por quanto se mudara aquele.
O que interessava eram os golos, apenas os golos e por vezes nem isso mas apenas a festa. Como naquela tarde em que, pela mão do meu pai, chegámos ao pequeno mas relvado estádio, o Estoril ainda na primeira divisão e ele comprou aquela almofada laranja por dentro, plastificada por fora, e a estendeu sobre o duro banco corrido de pedra. Aí ficámos, gritando com os outros até não me recordar quem venceu esse meu último jogo.
Como se chamava o guarda-redes? Não Damas, nem José Henriques...mas lembro-me bem de nós os dois sentados, o meu pai e eu, sobre a almofada que levámos para casa e não mais abrimos.
O que interessava eram os golos, apenas os golos e por vezes nem isso mas apenas a festa. Como naquela tarde em que, pela mão do meu pai, chegámos ao pequeno mas relvado estádio, o Estoril ainda na primeira divisão e ele comprou aquela almofada laranja por dentro, plastificada por fora, e a estendeu sobre o duro banco corrido de pedra. Aí ficámos, gritando com os outros até não me recordar quem venceu esse meu último jogo.
Como se chamava o guarda-redes? Não Damas, nem José Henriques...mas lembro-me bem de nós os dois sentados, o meu pai e eu, sobre a almofada que levámos para casa e não mais abrimos.
Ora aqui está a prova que os prazeres minúsculos não se enquadram em fanatismos desportivos. Vão bem para além deles, furando-os e retendo em cada momento o que pode ser realmente inesquecível.
Não era o Rui Paulino?